terça-feira, 16 de julho de 2019

A MULHER FUGIU PARA O DESERTO

A MULHER FUGIU PARA O DESERTO – “E quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o varão. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Apocalipse 12:13-14).
É deveras interessante o estudo das cadeias proféticas do Apocalipse. No capítulo 11 do mencionado livro encontramos a história, em miniatura, da proibição da Bíblia Sagrada ao povo, da atroz perseguição movida aos possuidores e leitores do Livro Sacro, e do escárnio e negação que lhe seriam vetados ao final desse tempo de perseguição.
“E pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. E darei poder às Minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil, duzentos e sessenta dias, vestidos de saco...” (Apocalipse 11:2-13).
A “cidade santa”, que seria pisada durante quarenta e dois meses, ou, em outras palavras, a mulher pura que seria perseguida por 1260 dias, representa a igreja verdadeira, assim como, por outro lado, a “grande cidade” ímpia, ou a “grande prostituta”, simboliza a igreja-mãe apostatada, aquela igreja que se diz sucessora direta dos apóstolos, mas que nenhuma semelhança tem com a igreja apostólica, uma vez que perdeu os princípios de doutrina e prática mantidos nos tempos apostólicos. A igreja verdadeira tem, pois, por símbolo, Jerusalém, a cidade santa; a falsa igreja, que substituiu, em grande parte, o cristianismo original pelo paganismo, tem por símbolo a grande Babilônia, a grande cidade ímpia.
Os “quarenta e dois meses” de perseguição, são os mesmos “mil duzentos e sessenta dias” e também os mesmos “tempo, e tempos, e metade de um tempo” (ver Daniel 7:25; 12:7; Apocalipse 11:2, 3; 12:6, 14; 13:5). Visto com em profecia bíblica um dia equivale a um ano (Ezequiel 4:6), esses 1260 dias são 1260 anos. Referem-se ao tempo de supremacia absoluta da “grande Babilônia”. Começam em 538 da era cristã, quando o papa Virgílio foi revestido de poder secular, e terminam em 1798, quando o papa Pio VI foi exilado por ordem de Napoleão Bonaparte. Durante esse período, os verdadeiros seguidores de Cristo sofreram terrível perseguição. Foram acossados injustamente como hereges. Milhões morreram queimados, enforcados, decapitados, despedaçados pelas feras, etc. Desse tempo de opressão disse Jesus: “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lucas 21:24).

E foram perseguidos por quê? Por que fossem nocivos à sociedade, injustos, perversos, desordeiros, criminosos? Não! Mil vezes não! Eram seguidores de Cristo. Eram puros, bons, verdadeiros, justos, obedientes a Deus. Foram perseguidos pelo mesmo motivo por que o apóstolo João foi exilado para a ilha de Patmos, a saber, “por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 1:9).

“No século VI tornou-se o papado firmemente estabelecido... E começaram então os 1260 anos da opressão papal, predito nas profecias de Daniel e Apocalipse... Desencadeou-se a perseguição sobre os fiéis com maior fúria do que nunca, e o mundo se tornou um vasto campo de batalha. Durante séculos a igreja de Cristo encontrou refúgio no isolamento e obscuridade. Assim diz a profecia: ‘A mulher fugiu para o deserto’” (O Grande Conflito, págs. 54 e 55).

“E a serpente lançou da sua boca atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca” (Apocalipse 12:15-16). Água em profecia representa povos e nações (Apocalipse 17:15). “Durante a supremacia papal, diferentes povos foram usados no esforço de destruir o fiel e verdadeiro povo de Deus. As páginas da História estão manchadas com o sangue de amargas perseguições e impiedosos massacres. Mas tudo foi em vão; ao contrário, o sangue dos mártires é a semente da igreja” (Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, págs. 135 e 136).

Durante os 1260 anos de supremacia papal, Satanás usou o poder religioso apóstata para perseguir os filhos de Deus, mas quando o poder papal recebeu a ferida mortal (1798), Satanás lançou contra a igreja um dilúvio de falsos ensinamentos através de movimentos tais como: a) O iluminismo (1776) Adam Weishaupt, o cérebro que planejou o experimento do iluminismo, a Revolução francesa, uma amostra do que intencionavam acontecesse em toda a Europa; b) O evolucionismo de Charles Darwin (1859); c) O comunismo de Kard Marx; em 1842 ele começou a produzir seus escritos e (d), o espiritismo moderno (1848) com as irmãs Fox.

A profecia bíblica mostra que depois da supremacia papal, surgiria então a besta que subiu do abismo, o ateísmo em todas as formas e filosofias. Isto já se cumpriu, mas a história vai se repetir.
“Quando os livros de Daniel e Apocalipse forem bem compreendidos, terão os crentes uma experiência religiosa inteiramente diferente. Ser-lhes-ão dados tais vislumbres das portas abertas do Céu... O livro de Daniel é descerrado na revelação a João, e nos transporta para as últimas cenas da história da Terra... Lede Apocalipse em conexão com Daniel. Ensinai essas coisas” (Testemunhos para Ministros, págs. 114 e 115).

“Estamos no limiar de grandes e solenes acontecimentos. Muitas das profecias estão prestes a se cumprir em rápida sucessão... Repetir-se-á a história passada... Estudai o Apocalipse em ligação com Daniel; pois a história se repetirá... Ao nos aproximarmos do fim da história deste mundo, devem as profecias relativas aos últimos dias exigir especialmente nosso estudo. O último livro dos escritos do Novo Testamento está cheio de verdades que precisamos compreender. Satanás tem cegado o espírito de muitos, de modo que se têm contentado com qualquer escusa por não tornarem o Apocalipse motivo de seu estudo. Mas Cristo, por intermédio de Seu servo João, declara aqui o que será nos últimos dias” (Testemunhos para Ministros, pág. 116).  (Publicado pelo jornalista e escritor Júlio César Prado) (Foto/Ilustração: Divulgação).


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